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domingo, 21 de novembro de 2010

Alunos estão sem merenda escolar em Jaguaripe




Arlinda Conceição Lima, 43, sobrevive com salário mínimo e se esforça para manter filhos na escola

Os cerca de cinco mil estudantes das 35 escolas municipais de Jaguaripe (a 240 km de Salvador) não estão recebendo a merenda escolar garantida por lei. A denúncia partiu dos próprios estudantes. No ano passado, os alunos dos quatro distritos e povoados ficaram cerca de seis meses sem ter o que comer na hora do lanche. A merenda chegou sob intervenção do Ministério Público. Este ano, há escolas com até quatro meses sem servir merenda.





O caso mais grave acontece no distrito de Pirajuía, onde os alunos só tiveram merenda durante 15 dias no mês de março e por uma semana em junho. Segundo mães e alunos, há casos em que chega o suco, mas falta o açúcar; tem o milho para fazer mingau, mas não tem leite ou botijão de gás para cozinhá-lo.




A falta da merenda foi verificada pela reportagem de A TARDE nas escolas dos distritos de Cações, Mutá, Pirajuía, Barreiras do Jacuruna, Camassandi e Ilha da Ajuda. Por conta do problema, os alunos são dispensados mais cedo. Os que estudam à tarde saem por volta das 15h30 e 16h45 e os da manhã, às 11 horas em algumas escolas e às 10h30 em outras.




A secretária da Educação do município, Edna Pinho, que mora no distrito de Camassandi, diz que a dificuldade para garantir o lanche diário nas escolas da rede municipal é a distância entre as localidades. “Não tenho conhecimento de faltar meses a merenda ou durante mais tempo, mas dias sim”, alegou.






Edna Pinho não soube explicar o porquê da falta da merenda por tanto tempo nas escolas, mas disse que a prefeitura recebe R$ 38 mil por mês do Ministério da Educação, verba específica para a compra da merenda.



 
Segundo a secretária, o setor de compras da Prefeitura de Jaguaripe é responsável pela compra dos produtos e envia para o Departamento de Merenda Escolar, que é um órgão da Secretaria da Educação que controla qualidade da merenda e distribui para as escolas. “O atraso é na distribuição, porque um lugar recebe primeiro que o outro. Se faz a merenda nas próprias escolas, mas pode faltar algum produto. O cardápio é feito por uma nutricionista e nossa gestão se preocupa com a qualidade da merenda”, garantiu.



 
De acordo com a promotora de justiça, Renata Soares Tallarico, o MP está investigando as denúncias de falta de merenda escolar desde 2009. “Oficiei a Comissão de Alimentação Escolar para que fiscalizassem todas as escolas. Houve a intervenção do MP e a prefeitura regularizou a situação no primeiro semestre, mas existe um inquérito em curso para apurar o caso”, disse.


Fonte: *A Tarde
 

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